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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Língua afiada!

Hehe...

Pois é gente, tenho uma lingua um tanto quanto afiada. Passei por certas coisas na vida que me impedem de engolir à seco estas esquisitices que servem apenas para sujar a honra e a glória de uma fé tão pura como a do candomblé e da umbanda e demais vertentes de matrizes afro-indigenas.

Não tem cabimento ir aos terreiros pra fechar o olhinho pra fumar charuto e beber cachaça. É hora de dar um basta e partir urgentemente pra uma limpeza nos terreiros, uma purificação de nossa fé. Afinal, cá estamos unica e exclusivamente pra usar os encantos e feitiços em favor das pessoas que nos procuram, seja uma cura, um emprego, um conselho etc. Mas ao envés disso tem-se preferido ficar cobrando altissimos preços pra ficar fazendo cabeça a torto e direito por aí; ou senão pra ficar fazendo amarrações e desgraças em detrimento de outras pessoas.

E a bondade? E o amor? E o serviço espiritual para o bem?

Exu e Pomba Gira estão nesta lida para nos guardar, eles são guardiões (não são casamenteiros). O foco de atuação deles é a familia, para o bem, para a paz e amor nos casamentos, para a fertilidade e vigor sexual.Mas preferimos que eles matem, destruam e roubem. A figura do diabo que à eles foi associada é meramente sincrética, nada mais. São entidades evoluídas e cheias de vontade de praticar o bem, do contrário, é "kiumba", "egun", "obcessor".

E os pretos velhos? Os vovôs e as vovós? Donos de mãos encantadas, conhecedores profundos do poder das plantas, benzedeiras e benzedeiros, benfeitores e grandes curadores. Mas reclamamos das festas "paradas" destas entidades. Vamos na intenção apenas de comer tutu de feijão, bolo de fubá. Vira um encontro meramente social, perde o encanto, o valor espiritual. Tudo por caprichos humanos que se desinteressam-se pela caridade.

Festa de erê virou bagunça total! Virou mais uma festinha de encontros sociais, de brincadeiras sem graça e sem propósito. Nos erês Deus mostra a inocência, a pureza das crianças. Elas falam pelas divindades que cultuamos, mas os tratamos como "mais um".
Festas de Caboclos (penacho e boiadeiro) perderam também seus propósitos, de encantar em favor da prosperidade. Parece um desfile de escola de samba com roupas mirabolantes e penachos que parecem alegorias de carnaval.

Roda de santo virou um "paqueródromo", serve para as pessoas flertarem, afinal, em circulo tds se veem. Uma completa falta de respeito para com quem nos dá a vida e a sustenta. Afinal, o orixá, o nkisi ou o vodun, nada mais é do que uma energia de Deus (Olorum, nZambi ou Mawu-Lissa), é o sinal da presença divina em nós. Atuando com o que há de mais sagrado, a natureza, com seus reinos, elementos e fenomenos. Rituais e fundamentos que de tão secretos também estão sendo esquecidos e rebaixados dentro da fé. Misturou-se tanto que a essência foi perdida.
É hora de despetar! Isso não é brincadeira!

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